segunda-feira, 11 de junho de 2018

O DIA DO IRON MAN!

O dia pelo qual nos preparamos chegou de uma forma meio conturbada, partimos rumo a Florianópolis onde seria a prova bem no dia em que explodiu o lance da paralisação de caminhoneiros.
Rumo a Florianópolis e por termos saído ainda de madrugada não entendemos muito bem o que estava acontecendo, somente quando chegamos la é que pudemos colocar mais atenção nas noticias, foram mais de 12 horas de viagem, tivemos de cortar caminho para evitar pegar alguns locais de paralisação mais ''acalorados'', aproveitamos o passeio, e tempo era uma coisa que tínhamos, pois partimos na quarta e a prova foi domingo.
Bem depois que chegamos no local que ficaríamos hospedados, e descobrimos que o lance da greve era mais sério do que a gente percebeu durante o caminho, a principio ficamos temerosos, mas depois eu pensei, melhor vivermos uma etapa de cada vez, viemos para a prova então vamos focar na prova, curtir a expo e toda a vibe que antecede o evento de Iron Man, para nossa família era a primeira experiencia desse porte então a novidade para nós era geral, e resolvemos aproveitar, pensaríamos depois como faríamos, mas isso vai ser assunto para outro post, esse quero me dedicar a colocar aqui o dia D, o dia 27 de maio de 2018.

Antes mesmo do dia amanhecer, acordamos e preparamos o que precisaríamos para passar o dia, afinal de contas sabíamos que seria um dia longo.

Depois de tomar um rápido café e eu fazer uma breve oração junto com  meu triatleta, e meus filhos, partimos rumo a praia onde seria dada a largada por pelotão de idade, a do meu marido seria as 7:20 da manhã.
Havia uma tensão no ar, mas não era uma tensão ruim, se é que esse sentimento que sentimos podemos chamar de tensão. Era uma mistura de emoções sem definições, havia muita gente na área, muitos atletas e familiares, amigos, parentes, vivenciando aquela vibe que nada nos prepara para viver.
O dia foi amanhecendo aos poucos e fomos ganhando um por do sol mágico, mas a ansiedade não deixou a gente vivenciar 100% o momento porque estávamos mais ligados no que estava por vir.

E então foi dada a largada do pelotão profissional, e sabíamos que  a partir de cada 10 minutos um novo pelotão ganharia o mar, últimos acessórios foram sendo colocados pelos atletas como, óculos, touca, e também a roupa de neoprene.
E ali naquele momento deu aquela dor de barriga básica, nervoso, além da ansiedade , mas a gente coloca o melhor sorriso no rosto, aquele ar de positividade no máximo, deseja boa prova, faz uma prece em silêncio e reza pra tudo correr bem para todos, pois ali naquele momento não são vários atletas, mas sim uma grande família, unida, reunida na mesma sintonia, pelo meu, pelos nossos!

A Largada do meu triatleta foi as 7:20, e foi possível apenas visualizar um monte de toquinha laranja que era a cor do pelotão dele, correr rumo ao mar, que estava excepcionalmente calmo e lindo!
Tinha um aplicativo, que é claro vai precisar de uns ajustes para a próxima edição, mas com certeza nos ajudou a ter pelo menos uma noção de localização.
Após a largada, fomos ao ponto de primeira saída da água, onde eles já haveriam nadado 1.900 km, e teriam mais 1.900 pela frente, junto com os filhos e uma amiga que também tinha o marido fazendo a prova fomos para a primeira saída de água, tentando melhor posição para ver quando eles saiam, e então quando achamos uma ''brechinha'' entramos e ficamos ali na torcida, ver como eles estão nessa primeira saída nos faz ter uma ideia de como eles estão física e psicologicamente.
De repente avistei meu tri ali...saindo da água, pegando uma garrafinha, e então quando ele fez a curva runo ao mar eu o gritei, ele olhou  sorriu bateu uma ''continência'' para nós e seguiu, ali eu soube que ok, como eu costumo dizer e escrever nas minhas postagens sobre as provas pra ele , eu vi que ali estava #molepogato!

Então fomos rumo onde seria possível ver um trecho em que eles passariam após saírem da água, finalizando a parte aquática da prova entrando para fazer a primeira transição, chegamos ao cercado, pegamos um bom lugar, vi muitos dos amigos do meu tri passando, mas não vi ele, foi dando um apertinho no coração, e não tem como você não pensar meia duzia de meleca nessa hora, mas graças ao aplicativo que funcionava meia fase, foi possível saber que ele ja estava no circuito de bicicleta alguns kilometros, ou seja, fui eu quem demorou a conseguir chegar no local que fosse possível vê-lo, não restava outra escolha era partir rumo ao local onde eles iram passar iniciando a segunda volta de bike.


Muita gente reunida, a gente ia filmando a galera, os amigos que treinaram junto, como eu disse não havia uma torcida para aquele ou esse, naquele momento eramos todos uma família, e cada um dos amigos que passavam bem, era uma vibração muito bonita de se ver e de sentir.

E então o tal aplicativo meia fase, nos ajudava a ter uma base de tempo e localização,  e  entre um atleta e outro foi possível assimilar os erros de distancia e nos preparar para ver o nosso tri, e então ele veio e a gente vibrou e eu gritei, e ele fez oi, e então meu coração entrou em um estagio total de calmaria, cada vez que eu o via, o sapo na garganta crescia, mas eu nesse dia me vesti do meu melhor sorriso, sem lagrimas, nem mesmo as de alegria.

E continuamos vibrando pelos amigos, até que resolvemos ir comer algo, pois tínhamos pelo menos mais duas horas de espera ate a finalização da etapa de bike.

Depois de lancharmos, fomos para a parte onde seria possível vê-los chegando para fazer a transição 2, e seria possível vê-los saindo para ultima etapa da prova 42 km de corrida.

O tempo esse ano colaborou incrivelmente, pois, as esposas que acompanharam seus respectivos maridos nas temporadas anteriores, se queixaram do frio, da chuva, esse ano, fez sol, tempo lindo e aberto, uma brisa pra refrescar, o que atrapalhou os ciclistas em um trecho mas nada que não fosse superável. e para nós, foi como se o sol não queimasse, não havia cansaço, ficamos de pé, andando de um lado pro outro, carregadas de mochilas, câmeras e filmadoras, mas isso parecia ter peso pena para nós ''torcedores''.

Pegando uma vaga no canteiro central da via, estávamos no melhor lugar que era possível, então era so aguardar eles irem chegando um a um, com sua bike, cada um que chegava era uma vibração, um grito, uma torcida, um incentivo!
Até que eu vi o meu tri chegando com sua Tchutcholina (nome carinhoso que dei a sua bike, desde que ele a comprou), gritamos por ele, ele sorriu, fez sinal, fez gracinha, e eu pensei ''poxa o cara esta se divertindo mesmo'', porque foi o que ele disse que ia fazer, que ele ia se divertir, curtir a prova, e foi o que ele fez.

Vimos ele entregar sua tchotchulina pro staff, e seguir rumo a tenda e se aprumar pra iniciar a corrida!

E alguns longos minutos depois, o vimos subindo, ele ia passar do nosso ladinho e eu ia poder ver ele de pertinho e dizer a ele que ele estava indo bem, e dar a ele todo apoio que cabe a nós nesse momento oferecer, ele foi se aproximando, então gritei, vibrei, e ele passou sorrindo, e correu mais uns 5 metros, parou, gelei.....ele se virou sorriu e voltou, veio até mim e me deu um beijo! Foi de longe nesse dia a coisa mais carinhosa que ele podia ter feito pra mim, em um momento tão importante pra ele, ele dedicou uns segundos pra mim, e foi mágico!

Então la fomos nós, no local onde era feita as voltas para completar as rodadas até completar a distancia, como sempre conseguimos um bom lugar, mesmo tendo muita gente, foi possível ir revezando entre as esposas, quando o seu respectivo passava a gente dava lugar pra outra se necessário e tudo certo.

Veio meu tri para seu primeiro retorno, ele teria mais um nesse mesmo local antes de ir para a chegada, nesse primeiro trecho ele marcaria 21 km, e então ele veio , gritamos mais uma vez, e então quando ele passou por nós, parou me deu outro beijo, cumprimentou as outras esposas, sorriu, e eu vi nele alegria, satisfação, eu vi nele tudo aquilo pelo o que ele se  preparou, e foi lindo!!
E  ele veio pela segunda vez nesse retorno, ganhei mais uma beijo, e os filhos que tinham ido buscar o pós treino, ja tinham chego ali também, ganharam do pai  um beijo, um sorriso, e eu senti que aquilo foi o combustível que ele precisava para finalizar a prova que ele tanto sonhou em fazer.

Nos restava ir o mais próximo da linha de chegada que pudêssemos, nesse momento vestimos a camiseta que mandei fazer com uma montagem do homem de ferro onde o rosto do tony stark foi substituído pelo dele.
Fizemos uma conta, e soubemos que ele estava chegando....e então la veio ele, meu coração se alegrou, e eu senti um peso saindo de mim, eu sabia que ele ia finalizar,mas o sapo na garganta so cresceu e ficou ali, preso, enrustido, porque a emoção é tanta, que não ha como administrar, confesso que até agora ainda não consegui me expressar e nem colocar pra fora todo choro que guardei, um choro de muitas coisas e sentimentos, mas com a certeza de alegria, muita alegria.

E ai ele passou por nós, desta vez não ganhei nenhum beijo, ele nos viu, sorriu e seguiu só queria passar pela linha de chegada e marcar seu tempo lindo de 10:35 exatos de prova!!!


Para um primeiro Iron, foi um tempo fantástico, passe o tempo que passar, essa experiência vai ficar guardada dentro de nos muito tempo, pela eternidade.
Esse legado que ele vai deixar pros filhos sobre o esporte, sobre superação e capacidade, não ha no mundo nada que substitua, afinal quantos de nós podem dizer que nossos pais é um Iron Man?!
Para muitas pessoas pode não ser nada demais, mas para nós, para minha família, isso foi uma marco, e sera lembrado e honrado sempre. Porque por mais que eu conte, que eu registre, que eu fale, que eu escreva, ninguém nunca vai saber como é, o que foi preciso para chegarmos até aqui, foram muitos sacrifícios e renuncias, e cada uma delas valeu a pena, e todas elas tem seu mérito.

E foi assim que dia 27 de maio me tornei uma Iron Wife, meus filhos, Iron Son, ele um Iron Man, e nós uma Iron Family!

Bjucas fortes e resistentes e cheias de realizações.

6 comentários:

  1. Parabéns pelo sucesso das provas e quanta emoção partilhada!
    Adorei os olhares
    ... bj

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  2. oi, Iron Wife- rs!

    Um postão! parabéns ao teu marido, o "nosso" Iron Man, a teus filhos e à família de ambos.

    Acompanhei tua descrição como se alguém que eu conhecesse e me desse bem estivesse na competição. Foste muito mágica e sentimental, tb.

    42 Km e 2 beijos, mesmo de longe, foi das melhores coisas que talvez já te aconteceram na vida.

    o dia 27 de maio jamais tu esquecerás.

    As fotos, todas, estão mto bem. PARABÉNS!

    Minhas mãos, pobrezinhas, me estão sempre pedindo descanso e agora vou lhes dar uns dias de OFF Net.

    Beijos para todos vocês, k estão mega felizes.

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  3. Uma grande e bem sucedida aventura. Parabéns.
    Beijo

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  4. Oi Marilda,bt!
    Que post lindo. Acompanhei todas as etapas e confesso que vibrei daqui com vcs. Parabéns p/o seu IRON MAN e p/essa família linda.
    Bjssss amiga
    Ah, que bom que vc gostou do repolho!

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  5. Que lindo texto, amiga !
    que orgulho se sente nessa família, que esta unida por muito amor
    e isso e muito gratificante, marca a memora e torna os laços mais resistentes, que sempre assim seja !
    abraço grande,
    Angela

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  6. Grandes emoções... parabéns pelo sucesso!

    Chegou ao fim o nosso conto escrito a várias mãos "Voar Sem Asas". Convidamos-vos a ler o capítulo final.
    https://contospartilhados.blogspot.com/2018/06/voar-sem-asas-capitulo-xvi-final.html

    Votos de um excelente fim-de-semana.
    Saudações literárias!

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Seja bem vinda(o)!!!! Feliz pela sua visita!!

Obrigada por me acompanharem!