terça-feira, 30 de junho de 2015

Loucuras da vida (PARTE VII)

Levantei-me do chão, e só então me dei conta de que estava ali sozinha, uma sensação estranha para quem morava sozinha há alguns anos.
Dei-me conta também de que a Julia não me ligou, e então me dirigi ao telefone.
-Alô Lice?
-Oi Ju, desculpe, pela demora, mas já adianto esta tudo bem na medida do possível.
-Pra ser bem sincera, eu tentei-te ligar umas 15 vezes no celular, se você olhar lá você vai ver.
-Desculpe, mas eu nem tirei meu celular da bolsa, para falar a verdade ele deve estar em modo avião até agora, e por aqui acabou que não deu tempo de pensar em te ligar até agora.
-Ok, mas e ai quer me contar o que houve?
E então eu contei tudo para a Julia, que me ouviu atentamente, e só quando terminei ela disse:
-‘’miga’’ isso esta parecendo até um filme, caraça! Eu não sei o que dizer, nem o que pensar, e se estou assim imagine você!Aaaaaa(ela disse gritando)- posso te adiantar com toda certeza, não sou eu a pessoa que ficou passando a ele as informações ta, bom eu esclarecer, você sabe que não fui eu, não sabe?
-Olha Ju levando em consideração todas as suas atitudes de surpresa, desde o dia da nossa viagem até agora eu sei que não é você, porque você é boa em muitas coisas, mas não é boa atriz, você não saberia mentir para mim!Você não sabe mentir para ninguém!
-Ufa!! Ser sempre sincera tem suas vantagens!
Rimos, conversamos mais algum tempo, e então decidimos que íamos tomar café da manhã em uma padaria no centro e conversaríamos mais pessoalmente no dia seguinte.
Levantei-me e fui até o quarto de hóspedes onde o Lê esteve dormindo todos esses dias, e vi no criado mudo, um óculos de grau, me aproximei, peguei, coloquei nos olhos, tinha alguns graus considerável, imaginei-o com ele, sorri, e então percebi que o cheiro da colônia dele estava ali impregnado, e ai me dei conta de que eu estava feliz por ele estar de volta eu só não queria me machucar de novo.
Fui até meu quarto, peguei meu notebook, liguei e enviei uma mensagem:
‘’Oi Lê, acabei de encontrar seus óculos no quarto de hospedes, eu não sei qual a necessidade deles para você, de qualquer forma vou deixa-lo na portaria amanhã pela manha quando eu sair, então se precisar só vir buscar.
Clarice’’
Foi o tempo de eu pegar um copo de água e voltar e havia uma resposta:
‘’Oi Lice, você não imagina  como meu coração disparou ao ver sua mensagem, mas era só para me dizer dos óculos! Ok agradeço, quanto a isso não se preocupe, ainda sou o mesmo desorganizado de sempre, e por conta disso acredite, tenho mais dois óculos, na bolsa, na verdade estou até com um agora,e acredite nem havia me dado conta que havia esquecido um ai, só me lembro de todos eles quando acabo ficando sem nenhum(risos).
Mas isso significa que você foi até o quarto verificar se ficou tudo ok, ou seria um ímpeto de saudade, espero ser pelo segundo motivo, mas caso seja pelo primeiro, tomara que eu na minha distração não tenha deixado tudo desorganizado, ou sujo.
Vê se me liga, estou com saudades! Estou com saudades há 10 anos!
Lê’’
Sorri  ao terminar, e percebi que ele ainda era o mesmo esquecido de sempre, mas não esqueceu de mim, fui tomada por felicidade.
Tomei água, escovei meus dentes, joguei a mala semiaberta no chão, e deite-me, rolei de um lado, rolei para outro, mas não aguentei, e foi no quarto de hospedes que eu adormeci, dormindo na mesma cama, com o mesmo travesseiro que ele havia dormido todos esses dias, sentido o cheiro dele.
Na manhã seguinte ao acordar, demorei em sair dali, por um instante via que essa era a forma de estar mais perto do Lê naquele momento, e pensei que poderia tê-lo deixado dormir aqui, depois pensei de novo que não teria sido boa ideia.
Deixei os óculos na portaria conforme disse que deixaria, e fui caminhando até a padaria, quando cheguei encontrei com a Ju, já na nossa mesa de praxe.
-Bom dia!
-Oi bom dia gata borralheira! E ai conseguiu dormir?
-Na verdade não e sim! Não na minha cama, mas sim na cama do quarto de hospedes!
-Não acredito! Por quê? (ela me perguntou revirando os olhos, enquanto isso a garçonete veio nos servir e e ela continuou – Tomei a liberdade de pedir para você, porque já sei o que ia querer. E juntas dissemos:
-Panquecas e uma xícara de café!
Sorrimos, a Ju era mesmo boa amiga já conhecia meus gostos, e eu os dela, ela era a minha gêmea eu costumava dizer já que a Jana era a mais nova, pensando na Jana me dei conta que precisava dar noticias pros ‘’papis’’, e faria isso ao voltar para casa.
-E então, sei que é cedo, mas e ai o que decidiu – Ju disse colocando um bom pedaço de panqueca na boca.
-Ju tenho medo, vou falar o que pra ele, e ai Lê, vamos namorar?
-Seria um começo!
-Você só pode estar brincando não é assim que a coisas funciona Ju.
-Ué, teria que começar de alguma forma, porque você não deixa as coisas fluírem, sem compromisso, pra ver onde vai dar.
-Tenho medo, agora que consegui acertar tudo dentro de mim, colocar tudo a perder, e se ele ver que tipo não me ama mais tanto assim e ir embora?
-Lice....e se.....e se....lembra? E se... não existe! Você esta mais madura, e acho que é até um jeito de continuar de prosseguir caso não dê certo, acho que será a deixa, o sinal, a finalização dessa historia.
-O que você faria?
-Lice eu não sei o que eu faria primeiro porque eu nunca tive um amor assim como vocês, segundo porque eu não to a fim de me amarrar em ninguém, mas eu no seu lugar sabendo de tudo que sei de tudo que você já me falou, dessa coisa de romance que vocês tinham e que amiga, me desculpa, mas parece mais coisa de livro que qualquer outra coisa.....eu no seu lugar daria uma chance, para ele e para você!
Fui mastigando e engolindo meio que sem sentir o gosto, só estava no automático, pensando sobre aquilo tudo.

NA VISÃO DO ALESSANDRO PARTE IV

Ao sair do Banho fiquei surpreso ao me deparar com uma mensagem da Lice, antes de por roupa abri e li, era sobre os óculos, minha cabeça já é nas nuvens, agora perto dela, então nem se fala.
Respondi mas fiquei feliz por ela ter escrito o e-mail. E espero que ela tenha gostado da  resposta, na verdade eu fiquei na espera de um outro e-mail que não veio.
Deitei-me, e pensei que a espera não seria fácil, mas eu esperaria mesmo assim, e que eu não iria buscar os óculos, quem sabe isso incentivasse ela a me ligar novamente, eu nem deveria ter dito que tinha outros dois aqui, mas enfim, o certo era fazer o certo, falar a verdade.
Comecei a me sentir estranho e me dei conta que era porque eu não estava na casa dela, deitado na cama dela, nos lençóis dela, sentindo o cheiro dela.

(PARTE VIII)

Depois do café , e um bate papo longo com a Ju, cada uma voltou para sua casa, ela ia ao cabeleireiro, mas eu decidi voltar para casa, desfazer minha mala, e estava ansiosa por saber se o Lê tinha ido buscar os óculos.
Ele não foi buscar, peguei e subi de volta com os óculos, no fundo achei bom ele não ter ido, eu deveria ter deixado, mas  eu queria que caso ele fosse que tivesse que pegar comigo.
Liguei para meus pais, dei noticias e para eles é como se meu roteiro de férias estivesse de pé, mas não, os demais passeios pelas cidades mais próximas ficaram em espera até eu conseguir resolver tudo, Jana tinha ido para praia com namorado, deixou recado que me ligaria quando voltasse, na terça ou quarta da outra semana.
Arrumei minha mala, separei as lembranças, e ao levar as roupa suja para área de serviço dei uma paradinha na porta do quarto de hospedes e dei uma espiada, como me certificando de que ele não estava ali, pelo menos não de corpo presente.
Então, depois de colocar umas roupas na maquina, decidi que era hora de ligar.
-Alô
-Oi Lê!
-Oi Lice...nossa nem acredito que você esta me ligando!
-Não é uma boa hora?
-Claro que é, mas eu tinha receio de que sua ligação demorasse mais para acontecer.
-Na verdade Lê, não há muita coisa mais para ser dita, então decidi que, se temos que voltar a nos conhecer novamente, falar um pouco sobre nós, ao contrario do que você me disse há muita coisa que mudou em mim, e tenho certeza que há muito que mudou em você, é um processo natural entre duas pessoas, afinal você não tem mais dezenove e eu dezessete anos.
-Claro você tem toda razão, eu concordo, eu...eu nem sei o que dizer, eu estou tão feliz e animado com essa possibilidade.
-Certo o que você sugere?
-Bem já que é para começarmos a nos conhecer novamente que tal um encontro, tipo um almoço, lanche da tarde, um jantar de novo o que me diz?
-Acho ótimo, um almoço....hoje?
-Seria muito bom se sim, se puder ser hoje, mas pode ser quando você puder.
A animação na voz dele era notável.
-Certo, hoje então! Te pego ai, daqui uma hora pode ser, tem um restaurante bem bacana nessa região.
-Mal posso esperar Lice, alias já to aqui esperando.
-Ta.... Até já então
-Até
No caminho, fiquei tentando imaginar esse almoço, e essa situação de nos conhecermos de novo, e mesmo conhecendo ele, para mim era como se realmente fosse um primeiro encontro com alguém novo, porém com uma emoção já conhecida.
Na recepção do hotel aguardei que ele descesse, assim que o vi sorri, sorri de alegria, não importava o que fosse acontecer, pensei que eu faria de tudo para manter no mínimo a amizade dele, que foi assim que tudo começou, mesmo a dez anos atrás, com a amizade.
Ele veio até mim me beijou no rosto e disse:
-Estou a sua disposição, pode me levar onde você quiser.
-Então vamos lá, esta com fome?
-Sim estou um pouco.
Quando entramos no carro, ele começou:
-Você não imagina o quão feliz estou me sentindo, e preciso que você me fale como esta sentindo, não há como adivinhar se você não me disser ok.
-Ok, mas fique tranquilo, isso eu não mudei você vai conseguir ver estampado na minha cara se algo não... Digamos’’cair bem’’
-Ok, e posso perguntar onde você esta me levando?
-Tem um restaurante aqui perto, que gosto muito, fica perto do escritório onde trabalho, a empresa fica mais afastada da região central, mas por facilidade a dois anos o escritório da parte administrativa funciona naquele prédio ali esta vendo – apontei para o prédio espelhado a uns dois quarteirões de distancia, mas possível de se ver pela altura.
-Sim estou vendo, me fale mais sobre você!
-O que mais você quer saber? Perguntei enquanto descemos do carro
-Quero saber tudo o que não sei tudo o que você quiser me contar!
Ele pegou minhas mãos enquanto entravamos no restaurante, escolhemos um lugar mais afastado, nos sentamos, pegamos o cardápio e fizemos nosso pedido e solicitei um suco.
-Achei que gostaria de dividir um vinho! Ele disse me olhando.
-Estou dirigindo esqueceu? Mas nada impede que você tome um já que esta de motorista certo?
Nós rimos, o clima estava descontraído, leve, gostoso.
-Melhor não! Vou te fazer companhia! E virando para o garçom pediu um suco de laranja.
Voltando para mim, me disse:
-E ai, me fale de você!
-Bem eu fiz faculdade de comércio exterior e trabalho nessa área desde a época do estagio na mesma empresa, e desde então me dedico a ser boa profissional, e acho que tenha conseguido embora eu tenha um chefe muito ‘’mala’’
-Bem deduzo que ter um chefe ‘’mala’’ não deva ser coisa boa!
-É de fato não é, mas tiro de letra, porque não é um problema pessoal meu com ele, e sim com departamento, mas isso esta com os  meses contado já que me parece que ele vai se aposentar.Fiz este comentário com certa alegria.
-E o que mais?
-Não há muito mais o que contar é isso, não tem mais nenhuma novidade, a não ser as que você já sabe, moro sozinha, trabalho, enfim nada demais, minha vida não tem muitas aventuras, e você, me conta um pouco como foi esses anos todos morando fora.
-Bem me formei em construção civil, arrumei um emprego na área, e vivi os últimos 5 anos depois de formado morando cada ano em uma cidade ou estado diferente, tenho uma sociedade com uma empreiteira, somos seis sócios, ninguém ainda esta milionário, mas esta dando pra viver, eu morei em Los Angeles, em Boston,em Miami, Orlando,Tampa e minha ultima morada esta em Nova York, não me casei - neste momento ele me olhou e sorriu, prosseguiu – e também conheci alguns outros países  em férias.Bem é isso, nada demais.
-Estive em Los Angeles, e em Miami e Orlando de férias, quase que nos cruzamos por la .
-Bem se isso tivesse acontecido, o hoje não estaria acontecendo, não dessa forma.
-É verdade! Mas ainda há uma possibilidade de nos cruzarmos por la já que minha programação para o réveillon este ano é Nova York.
Ele começou a rir e disse:
-Imagina a cena, eu tentando achar noticia de você, no facebook alheio, ai me deparo com uma foto sua, passando o réveillon em Nova York, eu iria surtar!
-Seria no mínimo engraçado!
-De qualquer forma a sua programação não precisa mudar, agora já tem onde se hospedar.
-É cedo para certas coisas, um passo de cada vez.
-Ok um passo de cada vez, como vai seus pais?
-Bem do mesmo jeito, minha mãe quase enlouquece meu pai, e eles juntos enlouquecem a Jana, você se lembra da minha irmã mais nova?
-Sim claro, me lembro.
-E seus pais como vão?
-Bem, eles sabem que eu vinha para o Brasil, mas eu ainda não disse que estou aqui!
-Entendo! Para lhe falar a verdade, minha mãe encontrou com a sua outro dia, e sua mãe já havia contado que você estava vindo.
-Nossa então quase que minha surpresa vai por água abaixo!
-Sim quase, se sua mãe soubesse de seus planos e tivesse contado para a minha com certeza!
Nossos pedidos chegaram, e ficamos la enquanto comíamos, naquela coisa de falar sobre nossas vidas particulares, e foi bom poder compartilhar com ele um pouco sobre mim, minha vida, e poder ter o mesmo dele.
Ao finalizar a refeição ele queria pagar a conta, mas não deixei, disse que era minha vez, já que o primeiro jantar foi ele quem me ofereceu, e que hoje em dia não tinha nada dessa coisa do homem pagar a conta, que podíamos dividir, muito a contra gosto, ele me permitiu pagar, mas vi que foi mais para que eu não fosse contrariada do que qualquer outra coisa.
Chamei-o para irmos a um parque que tinha ali, também por perto, sentamos, em uma mesa, que muitos idosos usavam mais tarde para jogar cartas, ou jogos de tabuleiro. Ele sentou de frente de mim, pegou minhas mãos dizendo:
-Estou tão feliz por estar aqui com você, por ver como você esta, e ver essa pessoa doce que você é, e chego a conclusão que só pode ser uma benção dos céus o fato de você estar sozinha até hoje!Nunca apareceu ninguém Lice? Por quem você tenha sentido algo a ponto de querer manter um relacionamento?
Eu fique tensa, eu fiquei nervosa nesse momento, mas não era momento para desculpas, e nem meso mentiras, tínhamos de prosseguir, e eu não sabia ser outra coisa senão sincera:
-Eu tentei, algumas vezes nesses anos, conheci uns caras legais, pessoas que eu sei que gostaram de mim, e que eu até tive bastante carinho, confesso que de alguns após o fim do relacionamento eu até senti falta, mas eu nunca amei de verdade nenhum deles, todos meus relacionamentos nunca duraram muito, o mais longo que tive foi exatamente 3 meses e 5 dias!
-Você pensava em mim Lice?
-No começo obvio, depois aprendi a lidar, eu precisava bloquear você na minha mente, e eu consegui fazer isso, depois aprendi a pensar menos, e depois você passou a ser algo tão distante, que na verdade eu não pensava muito, não mais.
-Eu entendo, eu só estou tentando saber como foi para você, porque eu nunca quis te magoar.
-Você acha que se tivéssemos mantido um relacionamento a distancia como você propôs na ocasião teria dado certo?
-Acho que não!
-É eu nunca achei que daria, por isso não topei!
-Olha só, eu não acredito! Ele disse apontando para um sorveteiro que vinha passando – Isso ainda existe?
-Sim existe! Achei muito engraçado a forma como ele ficou feliz em ver um simples sorveteiro, ele parecia uma criança, e em um impulso ele foi até o sorveteiro e voltou com dois picolés na mão:
-Morango?
-Sim! Eu disse pegando o picolé que ele me estendeu.
-Viu ainda lembro-me de alguns de seus gostos!
-É eu vi.
Ficamos ali por alguns instantes degustando nosso picolé, entre olhares, e de repente ele me olhou, com um sorriso tão lindo que eu fui obrigada a perguntar:
-O que foi? Estou com a boca lambuzada? Fui dizendo e esfregando a mão a fim de limpar algum resquício de sorvete.
-Você é tão linda!
Fiquei ali ruborizada com certeza, sorri de volta e disse:
-Como diria minha irmã Jana, você também esta um gatão!
Caímos na risada, e foi mágico o beijo que aconteceu em seguida, não tinha pressa, mas tinha urgência, sentir aquele doce da boca dele, me lembrar de como era, e então me transportei para 10 anos atrás, nosso ultimo beijo, em frente de casa, e ali naquele beijo perdida naquele momento, eu usei todas minhas forças e disse a mim mesmo mentalmente:’’não importa o que ficou, o que importa é o agora’’.
E assim como se já soubéssemos o que outro queria, quando dei por mim estávamos entrando em casa:
-Seja bem vindo!
-Obrigado de novo!
-Senta, fica a vontade, você quer uma água?
-Aceito- ele me respondeu com um olhar indecifrável.
E então enquanto eu pegava os copos no armário, senti-o me abraçando por trás, e em seguida um beijo quente, e então como seu eu fosse uma pena me colocou sentada em cima da pia, e por ali ficamos nos beijando como  adolescentes que começam a se beijar pela primeira vez, e só ai senti que um calor percorria minha espinha toda e um frio na barriga me alertou que seria melhor parar, ali naquele momento.
Delicadamente o empurrei finalizando aquele beijo ardente, o olhei, e tinha certeza de que estava vermelha, feito pimenta, porque eu sentia o calor que emanava das minhas bochechas:
-Lê acho melhor a gente ir com calma, me desculpe.....eu
-Não tem nada que me pedir desculpa, mas é que a saudade desse beijo estava me consumindo, e eu....eu te quero tanto.
-Eu ainda não estou pronta para isso.
-Para o beijo? Ele me perguntou com olhar duvidoso.
-Não, para o que poderia acontecer se continuássemos nos beijando dessa forma.
Com um sorriso muito malicioso, ele me perguntou:
-E o que você acha que poderia acontecer?
-O que nunca aconteceu comigo! Eu falei firme olhando bem nos olhos dele.
E então ele se afastou e foi indecifrável dizer o que ele estava pensando, ou sentindo, ele ficou me olhando, ai deu uma viradinha no pescoço, meio que me olhando de lado, como se isso pudesse fazer ele me ver de outro ângulo, ai ele sorriu, um sorriso sincero, depois teve um ar de malicia, e eu fiquei ali quieta sentada na pia esperando ele absorver e chegar as conclusões dele, e então ele disse com ar travesso e confuso:
-Lice você quer dizer que....que
-Afinal de contas- eu comecei interrompendo –o -porque você acha que meus namoricos depois de você nunca foi tão longe? Embora tenha a questão de valores familiares as quais eu sempre prezei, mas há outros fatores também
-Lice eu não posso acreditar que você ainda seja virgem!- ele falou com certo ar de riso.
-Bem se isso é uma decepção para você, eu sinto muito, mas você se esqueceu que quando namorávamos depois que as coisas começaram a esquentar entre nós fizemos um trato?
-Eu me lembro do trato-ele começou com certo saudosismo- que somente iríamos até o fim depois que você ingressasse na faculdade também!
-Pois então, você foi embora algum tempo antes disso.
-Lice eu não posso acreditar, isso sim é surreal.
-Não acho – respondi descendo da pia, indo para sala seguida por ele.
Sentei e continuei:
-Afinal você acha que nenhum namoro meu deu certo só porque não havia amor? Da minha parte pelo menos, não, não foi por isso, foi porque eu nunca consegui ir até o fim, e nenhum homem com mais de ....sei la 18/20 anos consegue se contentar somente com  alguns beijos e possíveis ‘’amassos’’ mais quente. Por outro lado se eu nunca senti nada de amor por nenhum deles como eu poderia me entregar para algum deles?
Ele ficou me olhando, sério, eu diria que até um pouco perplexo, a situação era estranha admito, mas eu convivia tão bem com minha condição de moça virgem, que para mim isso era indiferente, era uma coisa na qual eu nunca havia parado para pensar.
-Lice, eu não sei o que dizer, não sei se devo falar que lindo, ou sei lá, de tudo que esperei ouvir de você, juro que isso não é nem de perto próximo.
-É por tentar evitar esse tipo de ‘’choque’’ nas pessoas que sempre deixo a minha virgindade escondida- respondi com ar de sorriso, para que ele visse que eu não me incomodava com aquilo, e que estava tudo bem, afinal é uma coisa difícil para os tempos atuais mas isso não quer dizer que eu seja um bicho de sete cabeças.
-Ta você tem razão.... Tem algo mais que eu deva saber tipo se você lê pensamentos, ou os escuta?-Perguntou ele com aquele sorriso lindo de novo para mim.
-Não, isso não! Respondi no mesmo tom de brincadeira e com meu melhor sorriso estampado.
E então ele se aproximou de mim de novo, e me atacou com novo beijo, alias muito novos beijos, e me dei conta de que havia anos, que eu não beijava tanto assim, mas foi só isso beijos e nada mais.
Depois de beliscarmos uns Paes com leite em casa o levei de volta ao hotel, ele não queria, disse que pegaria um taxi, mas fiz questão porque eu disse que precisava passar na casa da Julia depois de deixa-lo e era caminho.

NA VISÃO DE ALESSANDRO V

Quando o telefone ligou uma hora antes do horário do almoço e vi que era Lice, fui pego por uma alegria sem tamanho. O convite para almoço então foi surpreendente, fiquei mais feliz por ver que ela estava nos dando uma chance, mas não como uma segunda chance, mas como a primeira.
O jeito dela descomplicado, tranquila, foi o que sempre mais me atraiu, por outro lado, na época não foi suficiente, mas hoje eu sei que me bastaria, eu era mesmo sortudo de certa forma, pelo fato dela estar sozinha, solteira.
O almoço foi delicioso, o papo, tão natural, e eu já não percebi a tensão nela de sempre, vi ali uma Lice mais a vontade.
O sorvete no parque foi fabuloso, eu achei que não existiam mais por aqui, mas o momento crucial pelo qual esperei, foi o beijo, o beijo dela, o beijo pelo qual senti muita saudade, o beijo pelo qual esperei, esperei anos.
Agora eu não podia contar com revelação do dia, a virgindade dela, eu sou homem, então ao quanto de machismo me cabe posso dizer, isso não parecia real, mas vindo dela eu sabia que era verdade, porque uma, a Lice não era de mentir, e duas mesmo se fosse ela não mentiria sobre isso.
Senti-me feliz, e pensei com perdão da expressão ‘’puta que pariu’’ isso é muita sorte, claro que fui precipitado em dizer, pois o fato dela ser virgem não significa que vá perder comigo, e não foi por isso que acho que sou um cara de sorte, na verdade também ,um pouco, vá la confesso, mas por que sei que realmente o que combinamos há anos tinha importância, e sei la me senti como se ali naquela entrega, daquele segredo que haveria sim uma possibilidade de acontecer comigo, e ai pude ver que há algumas coisas que podemos começar, e outras vamos recomeçar de onde paramos.
Por outro lado confesso também, me sentir inseguro, quero deixa-la tranquila quanto a isso, fazer com que ela veja que ok, se preciso for mais um tempo, mas eu a queria tanto, seria difícil lidar com todas essas coisas, mas para quem esperou tanto para beija-la, para fazer amor com ela, esperaria até um casamento.
E ai me dei conta de que pensei em casamento, já, assim tão depressa, sem mais nem menos, eu só precisava era conter minha loucura afim de não espantar ela de novo da minha vida.
Quando ela me deixou em casa, me senti o cara mais feliz da via láctea naquele momento, agradeci a Deus e a oportunidade e prometi a mim mesmo, que a faria feliz independente de qualquer coisa.

Não me contive me joguei na cama e fiquei ali pensando em nós dois.

segunda-feira, 29 de junho de 2015


Loucuras da Vida (Parte VI)

Desembarcamos sem nenhum problema, o voo pareceu durar uma eternidade, mas isso eu sabia que era devido a minha ansiedade, eu não sabia o que esperar, mas eu queria chegar logo, vê-lo de novo.
No caminho a Julia me perguntou:
-E ai preparada?
-Preparada e gelada! É tão estranho, mas confesso estou ansiosa, desde ontem já não dormi bem, quero vê-lo de novo, dessa vez com mais calma, sabendo que quem vai me abrir a porta é ele....isso também é estranho.
Sorrimos uma pra outra.
-Então ta, mas fique atenta no celular que eu vou te ligar é claro, mantenha a calma e caso as coisas não saiam bem como você imagina, só me ligar que te salvo!
-Ta bem.
Ao responder vi que ela estava parando em frente do prédio.
-Pronta amiga?
-Estou, obrigada Ju, você é e foi uma amiga ‘’the best’’ nesses últimos dias como não há outra igual, não sei o que seria de mim sem você! E me desculpe se estraguei alguma coisa, porque eu não sei se fui boa companheira de viagem desta vez.
-Que isso Lice, foi ótima companhia, e eu seguro sua peteca, porque você segura as minhas, você também é uma amiga e tanto, já sabe né qualquer coisa só gritar.
-Ta bem, eu grito se precisar.
Dei um beijo, e disse que ela não precisava descer para me ajudar com a mala.
Parei em frente a portaria, respirei fundo, abri o portão e entrei, cumprimentei o senhor Antonio, que me fez algumas perguntas, e elogiou a educação do meu hospede, eu pedi para ele interfonar, ele achou estranho, mas fez, achei de melhor tom, avisar que eu estava subindo mesmo a casa sendo minha eu não queria nenhuma surpresa extra.
No elevador fui sentindo o rosto esquentando, esfriando, o coração acelerando, e como no dia em que sai, hoje eu também sabia que não tinha volta era melhor resolver isso.
Assim que a porta do elevador se abriu e eu sai, dei de cara o Lê na porta, ali me esperando com aquele sorriso, aquele sorriso que eu me lembrava tão bem.
-Oi seja bem vinda à sua casa!
Disse ele vindo pegar minha mala
-A....ok, obrigada! Nossa isso é tão estranho!
-É mesmo, mas vem, entra!
Ele me deu espaço para que eu entrasse primeiro, e ao colocar os pés porta adentro, fui pega por um aroma delicioso, do que parecia ser carne assada, e isso me fez ver que eu estava com fome, e ao ir entrando vi uma mesa linda com uma orquídea e velas.
Não soube de novo o que pensar, olhei para ele que estava entrando puxando minha mala e fechando a porta .
-Espero que esteja com fome, e que não se incomode por eu ter fuçado nos seus armários e pego sua louça!
-Quanto a louça ok, é para ser usada mesmo, mas não precisava se incomodar com o jantar, podíamos pedir uma pizza.
-É que eu comi muita pizza, e achei que essa era uma oportunidade excelente para comer algo diferente!
Nós rimos, eu dei mais uma olhada em volta e ele me disse:
-Mantive tudo conforme você deixou, não queria que sentisse como se eu estivesse invadindo sua privacidade.
-Não é isso, é que é estranho, fique tranquilo, é a primeira vez que loquei meu apartamento, então é só... é só estranho!
-Ok, olha eu estou quase terminando o jantar, então fica a vontade a casa é sua literalmente né!
-Ta, eu vou tomar um banho, fique a vontade também-eu disse meio que sem saber o que dizer.
-Eu vou tentar- ele  sorriu.
Eu sorri de volta, peguei minha mala, me dirigi para meu quarto, e só ai me dei conta, de que ele estava trancado,  comecei a procurar a chave na minha bolsa, e meio assim de canto de olho tentei espiar e vi ele mexendo com algumas coisas na cozinha, muito a vontade.
Abri, entrei, fechei a porta, e inconsciente ou não a tranquei por dentro.
Abri minha mala, comecei a tirar as coisas de dentro, e pensei, a quem eu estava tentando enganar, eu estava louca pra ir  la para sala e  ficar com ele, que eu teria mais 10 dias pra desfazer a mala, mas o que eu precisava agora era desfazer as confusões do meu passado.
Tomei um banho longo, eu adoro viajar, mas voltar para casa é muito bom, desta vez estava ainda melhor, diferentemente melhor, coloquei um vestido branco, passei meu perfume, amarrei meus cabelos em rabo de cavalo, destranquei a porta, sai.
O Lê se levantou trouxe até mim uma taça, que me entregou e então com a outra mão serviu o vinho me dizendo:
-Você esta muito bonita, e bronzeada!
-Não tem como voltar diferente de Salvador né.
-Acho que não!
Sentei-me, e ele se sentou no puf, na minha frente e me disse:
-Eu repuz os queijos e frios, então se você quiser beliscar algo antes do jantar.
-Não obrigado!  Para mim só vinho esta bom, e não precisava repor tudo, o que tinha aqui era para seu consumo mesmo, na verdade era para o consumo do gringo - falei entre sorrisos.
-Na verdade, estou meio gringo já que morei la por um tempo – senti que ele tocou no assunto com imenso cuidado, como quem pisa em ovos.
Tentei levar na descontração e respondi:
-Você tem razão morando tanto tempo fora, deve ter pego hábitos, mas acredito que como todo bom brasileiro há outros dos quais você não consegue se libertar.
-É você tem toda razão... Ainda faltam uns 15 minutos para a carne ficar pronta tem certeza que não quer algo para beliscar?
-Ok, mas deixe-me mover-me dentro de minha casa, preciso  voltar ao meu ambiente certo? E deixar de ser visita.
Ele acenou com a cabeça, fui até cozinha e em cima da pia já estava pronta uma pequena tabua de frios, muito bem arrumadinha e com uma variedade considerável.
Peguei e levei ate a mesinha da sala, e fiz um sinal como quem diz sirva-se, ele não pestanejou pegou um bocadinho e levou a boca, eu fiz o mesmo, senti que o vinho já estava fazendo aquele efeito, me deixando meio mole, e que de fato beliscar algo até o jantar seria algo certo a se fazer, ele quebrou o silencio dizendo:
-Eu tenho tanta coisa para te explicar, e não sei por onde começar.
-Que tal pelo começo? – Eu propus, com um sorriso.
-Bem vamos la então... Lice, la traz, há dez anos, o rumo de nossas vidas foi afastado, não por culpa sua, mas por culpa minha, eu era jovem você também, começamos  a namorar cedo, eu te amava, mas precisava viver novas coisas, e permitir isso a você, e não havia outro modo, e eu não queria perder a oportunidade, e também não queria perder você, eu pensei mil vezes em não ir e desistir, mas fiquei com um medo tremendo de me arrepender por ficar, estava incerto de muitas coisas, e acho que você também – Ele fez uma pausa, me olhou, eu continuei muda, beliscando, bebericando meu vinho, e isso foi o sinal de  que ele podia continuar, que eu era ‘’todo ouvidos’’, e ele continuou – Quando cheguei na sua casa, no outro sábado e você não estava, foi como se o sinal que eu precisava tivesse sido dado, eu percebi naquele momento que eu precisava prosseguir, porque foi exatamente o que fiz, eu sofri, meu mundo caiu, mas eu precisava continuar, e foi o que fiz, e foi o que você fez certo?
Apenas assenti com a cabeça positivamente. E ele continuou:
- Mas desde o dia em que eu entrei no avião, você seguiu comigo aqui – ele apontou o coração - e nunca mais saiu, não houve um só dia em que eu não tenha pensado em você, eu juro! Não que eu não tenha me relacionado, eu me relacionei, eu tentei, porque essa distancia, que ia além dos quilômetros que separam os países em que estávamos, havia a  distancia entre nossos corações, essa distancia me matava, eu me sentia só, e eu queria seguir, eu queria ter o ponto final, e cada relacionamento que tive, eu confesso, nunca chegou nem perto do que tivemos, mesmo sendo tão jovens, naquela época fomos abençoados, com o amor de verdade, que tem muita gente que passa a vida inteira atrás e não acha!
Eu continuei ali, parada, absorvendo tudo que ele foi dizendo, vendo o que encaixava, e ai a carne ficou ainda mais cheirosa e ele disse:
-A carne parece estar no ponto, me  dê licença, vou finalizar nosso jantar para que possamos finalizar nossa conversa tudo bem, e desta vez você será visita na sua própria casa.
Sorri, assenti, e esperei. Alguns minutos depois, ele colocou na mesa dois pratos preparados com uma massa com um molho verde cheiroso, e um corte de carne que parecia suculento.
Puxou minha cadeira me sentei, ele se sentou dizendo:
-Espero que você ainda goste de carne!
-Sim ainda gosto! E parece estar tudo muito gostoso, ou é o apetite aberto pelo vinho!
Não pensei em mais nada, peguei um bocado da massa e levando a boca me surpreendi com o sabor, estava muito bom, e a carne no ponto em todos os aspectos, fui obrigada a dizer:
-Bem pelo visto entre outras coisas morar fora lhe ensinou a cozinhar
-Morar sozinho tem suas positividades - ele disse sorrindo e prosseguiu - posso continuar?
-Claro! Espero que você entenda meu silêncio como uma forma de respeito, mas pretendo me pronunciar quando eu achar que devo.
-Ok – com um semblante mais calmo do que no inicio de nossa conversa ele continuou – Depois de tantos anos, pude perceber que não adiantava eu prosseguir, sendo que havia aqui algo inacabado, inacabado por muitos motivos, e a pelo menos uns três anos, eu vinha ensaiando uma forma de voltar, para arrumar tudo isso, se é que há alguma possibilidade, mas eu só queria pelo menos tentar, fazer certo desta vez!
Foi então a minha vez:
-Mas isso não tem sentido Lê, já se passaram tantos anos, você fez sua vida por la com certeza, era só esperar, que talvez a pessoa certa fosse parecer, e você também não sabe se tem alguém, que sentido tem largar tudo o que você deve ter construído para vir atrás de algo tão incerto?
-Lice, eu larguei o que tínhamos aqui, e nunca mais achei nada igual, então para mim pareceu mais vantajoso tentar pelo menos acertar isso, do que buscar algo para o qual eu não estou aberto, porque eu nunca te esqueci!
-Ta mas mesmo assim você decidiu se arriscar, e se eu tiver alguém, e se eu, sei lá fosse casada, tivesse uma família, você veio disposto a estragar isso?
-Jamais, se eu soubesse que você tivesse reconstruído sua vida nesses aspectos também, que estivesse com alguém, que estivesse lhe fazendo feliz, que teria uma família, eu jamais voltaria, pelo contrário isso seria para mim a prova de que eu precisava esquecer tudo, e prosseguir de onde quer que eu estivesse, mas eu soube que assim como eu havia coisas em aberto para você!
-Certo, e como você soube disso, que havia coisas em aberto para mim?
-Na verdade, depois de tentar por alguns anos prosseguir sem sucesso, eu comecei a procurar por alguma coisa sua nas redes sócias, e nunca achei, até que um dia, fui me lembrando de em vez de procurar por você, procurar por pessoas próximas a você, familiares, amigos, e então encontrei algumas pessoas, você não tem nada nas redes sociais, mas pelo que achei também nunca proibiu as pessoas de colocar uma ou outra foto com você no facebook por exemplo.
Ele sorriu para mim, eu sorri de volta, finalizei meu prato, ele o dele, ele nos serviu mais vinho, retirou os pratos, e sentou-se de novo.
-Você tem razão! Eu disse pensado naquilo tudo que eu acabava de ouvir – Mas isso soa confuso!
-Eu sei, parece até uma coisa meio doentia, mas depois que descobri essa forma de saber mais sobre você, foi ai que tive mais certeza do que precisava fazer, então entrei em contato com algumas dessas pessoas, conversei, na verdade eu procurei saber sobre sua vida, eu precisava de respostas, mas eu teria que dar um jeito de tê-las, minha mãe não sabia onde sua mãe estava morando, seus pais se mudaram pelo que parece um temo depois, e ai eu tive que me virar, eu confesso que quando fiz minha primeira conta no facebook, eu coloquei meu nome completo inteiro, porque eu pensei que se algum dia você procurasse por mim seria fácil de me achar, mas quando o tempo passou e eu não achei nada sobre você, eu percebi que isso não seria possível, meio que perdi um pouco as esperanças, mas ai um dia eu fuçando achei uma foto sua, e então começou minha busca.
-Nossa! Foi tudo o que saiu de minha boca.
-Eu não quero te assustar!-Ele disse receoso
-Você não esta me assustando, é só que me parece meio surreal.
-Eu te entendo, esse seu pensamento, eu pensei muito em como fazer, eu pensei até que só o fato de eu ter visto como você estava, que mulher linda você se tornou já seria suficiente, mas não foi, a cada foto que eu via, a cada novidade que eu conseguia, a cada noticia que eu tinha, reforçava ainda mais a vontade de voltar.
-Certo Lê esse ponto até aqui eu entendi, eu só não entendi, porque essa necessidade de voltar, o que você espera com isso?
-Lice, eu sei que não da para recomeçar de onde paramos, não é lógico, não é certo, mas eu precisava te contar como eu me senti nesses anos todos, precisava que você soubesse que eu nunca te esqueci, e que fiquei perdido, não que não tenha valido a pena, eu cresci profissionalmente eu fiz uma carreira eu fiquei bem sucedido, eu... eu precisava compensar com algo bom, porque eu estava pagando um preço alto longe de você, e eu precisava que algo valesse a pena, mas foi só o que consegui nesses dez anos, bem pessoal, profissional, mas sentimental sou um ponto de interrogação, uma pagina em branco.
-Certo, e o que você espera de mim?
-Lice eu não espero nada, na verdade, se você quiser que eu vá embora agora mesmo eu vou, mas pelo menos, agora eu consegui te dizer como me senti por esses anos, e como me sinto.Eu gostaria que de alguma forma nos déssemos uma chance, para recomeçar, não de onde paramos, mas de onde estamos, crescidos amadurecidos, mas não posso te forçar, se você não quiser eu vou entender, ou pelo menos tentar.
-Eu.....eu não sei o que te falar Lê, estou confusa, eu nunca imaginei um dia ter essa conversa, nunca imaginei te encontrar de novo.
-Lice, pois eu posso te dizer com todo meu coração se há uma coisa que eu esperei muito nesses últimos anos foi essa conversa. Eu a idealizei de muitas formas, mas nenhuma foi como esta sendo, e este encontro não foi como eu também almejei a desculpa na locação, enfim tudo o que nos trouxe até aqui e agora.
-Por falar nisso, me conte como soube que esse era meu apartamento, me diga quem lhe passou todas as informações ao meu respeito, eu não tenho facebook, ou outras contas em redes sociais, mas meus amigos e parentes todos têm. Quem te ajudou com essa historia?
-Lice eu não quero dar nomes, na verdade esta foi das condições  para que eu chegasse até aqui, mas posso adiantar a pessoa não fez por mal, pelo contrario, demorou muito para que ela aceitasse me ajudar, me dar informações a seu respeito, foi muito tempo de conversa, e acredite esta pessoa fez realmente pensando estar ajudando, a nós dois.
-Nossa, nem acredito nisso, ainda essa agora, alguém de comum acordo com você me enganou esse tempo todo, me sinto traída, duplamente!
-Não Lice! Não pense assim, não foi assim,acredite a pessoa só quis ajudar duas pessoas a resolver algo que não ficou resolvido.
-Ta até ai ok, mas agora assim eu não poder saber quem é, me sinto traída sim, porque pode ter sido qualquer pessoa, que sabia o que estava acontecendo vendo eu fazer papel de tola.
-Lice você não fez papel de tola, por favor, não diga isso!
-Mas é assim que me sinto.
Pensei: ’’Meu Deus quem poderia ser?’’
Agora tinha mais essa, eu não sabia em quem poderia confiar meus sentimentos, porque podia ser minha mãe, meu pai, a Jana, a Ju, e pensando nessas pessoas fui ficando com raiva, confusa.
-Lice, sei que é muita coisa para você absorver, não há muito mais que eu tenha par lhe falar a respeito, eu só precisava que você soubesse que eu ainda a amo!
Eu só olhei para ele, e só então percebi a sinceridade que ele mantinha no olhar, fazia muito tempo que eu não o olhava nos olhos como daquela forma, mas eu conhecia aquele olhar e eu sabia que era verdade, mas eu não sabia o que era verdade dentro de mim.
-Lê, eu preciso pensar sobre tudo isso, eu preciso....eu preciso de um tempo, eu não sei o que fazer para te ser bem sincera!
-Eu sei Lice, eu estou disposto a esperar o tempo que for necessário, se você quiser eu posso ir embora depois de organizar as coisas na cozinha.
-Nossa, eu não havia pensado sobre isso, onde você ficaria depois que eu voltasse...
-Não se reocupe comigo, eu já reservei um hotel, até eu conseguir me ajeitar, eu imaginei que você gostaria de ter sua casa de volta, e imaginei que você precisaria de tempo.
-Lê eu gostaria de me sentir a vontade a ponto de dizer para você ficar, mas me desculpe eu acho melhor não, por outro lado, faço questão de te ajudar com as coisas do jantar.
Ele assentiu com a cabeça, se levantou da mesa, e foi para a cozinha me dando o espaço que eu precisava, fiquei ali sentada pensando em tudo, em um turbilhão de emoções, completamente perdida, e então me levantei fui até a cozinha e comecei a ajuda-lo, embora não havia muita coisa para fazer, só mesmo lavar alguns utensílios, que ele já havia começado a lavar, peguei um pano para secar e enquanto isso, resolvi quebrar o silencio.
-Tão estranho isso né, você lavando a louça e eu secando, como bons e velhos amigos, alias eu acho que isso, a amizade permaneceu inabalável mesmo sem nunca mais termos nos falado.
-Estranho é, mas para mim trata-se de um momento muito prazeroso Lice, de certa forma estou feliz por estar aqui com você, nesse momento, desse jeito.
-Obrigado pelo jantar e o vinho, as flores e as velas, estava tudo lindo e a comida muito boa.
-Fiz tudo com muito amor Lice, é o mínimo.
Terminamos a organização alguns minutos depois, e então ele secou as mãos virou para mim e disse:
-Acho melhor eu ir, vou ligar para um taxi, se você não se incomodar.
-Não me incomodo, eu tenho um que sempre que chamo, gente boa o telefone esta ai na geladeira.
Ele pegou o numero ligou para o taxista, desligou.
-Então é isso, eu gostaria de saber pelo menos se posso te ligar amanhã, em algum momento, eu não quero te sufocar, mas gostaria de manter contato com você.
-Deixe que eu te ligue quando me sentir melhor, quando eu tiver algo para lhe dizer, pode ser?
-Claro sem problema, como ja te disse eu espero!
-Certo!
-Certo, então vou ao quarto buscar minha mala.
Vi ele indo pelo corredor, me lembrei do andar dele, e pensei: ’’o que vou fazer agora da minha vida?’’
O interfone tocou e era o taxista, fomos caminhando até a porta, a abri.
- Lice, esses dias para mim na sua casa, foi um dos melhores que tive nesses anos todos, porque foi a única forma de me manter perto de você, vou ficar aguardando ansioso pela sua ligação. Vou estar no Ritz.
-Ta- foi tudo que consegui responder.
Ele se aproximou de mim, me puxou para um abraço que eu nem pensei, apenas correspondi, e me senti tão bem, tão segura, e meu Deus como ele é cheiroso!
Ele se afastou um pouco e fez menção de um beijo, mas eu o empurrei delicadamente, um abraço ok, mas beijo ai já era demais, não que eu não quisesse, mas não  devia ser por impulso, devia ser algo sincero e verdadeiro, não só da parte dele, mas da minha, e em mim eu não sabia mais quais eram verdades.
Ele entendeu se afastou e seguiu, apertou o botão do elevador e ficou de la olhando para mim, e eu olhando para ele, até que ele sumiu quando o elevador chegou.
Fechei a porta, e encostada nela fui escorregando até chegar ao chão. E eu pensei:
‘’Meu Deus e agora? O que vou fazer? Como lidar com isso? Como lidar com meu medo? Minha insegurança? Meus sentimentos? Nem nos meus melhores ou piores sonhos, imaginei algo assim acontecer ...e agora?’’

NA VISÃO DO ALESSANDRO PARTE III

Entrei no táxi e suava frio, eu não acreditava que até que enfim, eu havia conseguido falar para ela tudo o que eu sentia, me senti leve e feliz, por vê-la, e por tê-la de certa forma tão perto.
Abri meu coração, e senti que ela me entendeu, mas eu não consegui decifrar o que ela sentia, ou que ela sentiu, ela estava tão linda naquele vestido branco e foi quase impossível para mim me manter longe, me manter um cavalheiro em uma situação, por muitos momentos, eu só pensava em abraça-la e beija-la, que saudade eu tinha daquele beijo, daquele abraço, foi difícil virar as costas e vir embora.
Mas eu sabia que precisava dar a ela um tempo, eu sabia que estava tudo muito confuso, mas eu tinha uma esperança, só pelo brilho do olhar dela, eu só precisava me manter paciente e esperar pelo momento oportuno.
Chegando ao hotel, já no quarto, me senti estranho, e vi que era saudade, do canto dela, da casa dela, do cheiro dela, de novo a sensação de estar muito longe, e agora um pouco pior, porque ao mesmo tempo, muito perto, apenas alguns quilômetros e não milhares.
E por um instante, pensei na possibilidade dela ir embora, sumir de novo, sem vestígios desta vez, mas ai me dei conta de que agora era outra época, tínhamos outra cabeça, e que ela só me deixou primeiro, porque eu a deixaria, mas hoje ela sabia que isso não iria acontecer, eu sei que ela sabe que eu vim para ficar e só não ficarei caso ela não me queira.

Era preciso saber esperar agora, ansioso, mas eu teria de saber esperar.

...continua...

bjucas soOonhadoras!

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Loucuras da Vida (PARTE IV)

Chegando no hotel em Salvador liguei para meus pais, a Jana atendeu, mãe e pai tinham ido ao mercado, deixei recado, que havia chego bem e me limitei somente a isso até que a Jana perguntou:
-E ai gatinha, me fala como é o tal Jack?
Eu já havia me esquecido desse detalhe:
-Nada demais, uma cara normal!
-Você não pode estar falando sério Lice! Acho os americanos uns gatos!
-Jana você já tem o Marco não deveria estar tão empolgada assim- tentei parecer o mais natural possível – além do mais, não coloquei muita atenção, o recebi, expliquei o que tinha que explicar, porque se não eu ia me atrasar.
-Aaaaa – foi o som desanimado que ouvi – então ta né, bom descanso,eu digo pros ‘’papis’’ que você ligou, vai mantendo contato ta.
- Ta! Beijo!
Desliguei só ai me dei conta de que o Lê estava la na minha casa, vendo minhas coisas, mas automaticamente já afastei o pensamento e assim que a Julia saiu do banheiro chamei ela para que fossemos dar uma volta achar uma sorveteria, porque o calor baiano estava insuportável.
Conversando com a Julia enquanto tomávamos sorvete, eu disse a ela que havia decidido, que mais tarde naquele dia ia mandar um e-mail para o Lê, dizer que eu merecia uma explicação, era o mínimo, pedir desculpas por não ter recebido ele tão bem como teria recebido um Jack estranho, desejar a ele boa estadia, mas que esperaria não mais vê-lo, ao voltar.
Julia como sempre, não disse nada só me ouviu, ela só dá palpite se peço se não, ela é simplesmente  boa ouvinte.
Passeamos pela orla da praia, voltamos tomamos banho, e achamos um quiosque com musica ao vivo, estava perfeito para um lanche, curtindo a brisa do mar, ao voltarmos havia dois recados na recepção, um era da mãe de Julia, o outro era do Alessandro para mim, fiquei incrédula, e depois me dei conta de que eu mesmo havia deixado o telefone do hotel caso, houvesse alguma emergência.
Subindo no elevador eu disse para Julia:
-Olha amiga, pelo visto se eu não resolver essa pendência hoje, eu não terei férias, e ai nem você.
-Lice, eu também acho, quer minha opinião?
-Claro!
-Eu acho que você tem que resolver isso sim, mas não daqui, de Salvador, por e-mail ou telefone, eu acho que esta mais que na hora de colocar os pingos nos is, mas, pessoalmente  com uma conversa ‘’cara a cara’’ você e o Lê, porque não aproveita a volta para marcar algo com ele e esclarecer tudo?
-Eu pensei sobre isso e acho que você tem razão daqui eu não vou conseguir resolver nada. Eu vou ligar pra ele agora e propor uma conversa pra volta, assim não vou ficar mais pensando nisso ate a próxima sexta quando voltarmos certo?
-Certo!
Sentei na cama, peguei o telefone, disquei o numero da minha casa.
-Oi
-Oi sou eu!
-Imaginei que seria você! Ou alguém procurando por você!
-Você me ligou...
-Sim queria saber se você havia chego bem, como você esta?
-Estou bem, meio confusa, precisamos conversar, mas não acho que por e-mail ou telefone seria melhor.
-Eu também acho.
-Poderíamos marcar para quando eu voltar na próxima sexta, isso é se você ainda estiver por ai.
-Claro, sem problemas, para mim esta ótimo, na verdade, perfeito.
-Ok, eu volto...
-Eu sei que você volta no voo das 17 horas, eu quero saber se posso te esperar aqui?
Pensei sobre aquilo, o que eu poderia responder?
-Olha você quem sabe! Mando-te um e-mail para confirmar.
-Ok....-suspiro- Lice eu queria agradecer todo o carinho e mimos que deixou aqui para me recepcionar, mesmo sabendo que era para um estranho, isso me deixou ainda mais tranquilo porque pude ver que aquela moça de dez anos atrás ainda existe!
-Ok não foi nada, talvez tivesse feito a mesma coisa mesmo sabendo que seria para você, aproveite a estadia!
Percebi que um sorriso brotou em meus lábios, e me senti leve, feliz.
-Ok ,quero que você aproveite as férias, mas estou louco para estes sete dias passar o quanto antes!
-Ta! – foi tudo que consegui dizer
-Ta! – ele respondeu sem jeito
Desliguei, encostei-me à cabeceira olhei para Julia que estava me fitando atenta.
-E ai como foi?
-Foi isso que você ouviu, ele disse que também acha melhor  conversarmos pessoalmente, me agradeceu pelos mimos que deixei, e disse que quer que esses sete dias passe rápido.
-E você quer que passe rápido?
-Ju eu confesso que eu nem sei mais o que sinto por ele, estou mexida sim, como não ficar, eu só amei esse cara na minha vida, e depois de tanto tempo eu não sei definir o que sinto, estou emocionada sim, confesso que até queria estar la com ele, e sentir aquele cheiro, mas não sei se é amor.
-Bem isso é normal, mas agora podemos dormir, temos seis dias de muito sol e praia para aproveitar e eu não quero nenhum Lê atrapalhando nossos passeios.
-Ta legal- respondi levantando, indo para o banheiro escovar os dentes e trocar de roupa enquanto isso pensava em como ele estava em casa.

NA VISÃO DO ALESSANDRO PARTE II

Não havia nenhum e-mail, nenhum importante realmente, tomei a cerveja, desci fui dar uma volta pelo bairro parei no parque, sentei vi as pessoas irem e voltarem, estava feliz por estar de volta, estava feliz por estar na casa da Lice mesmo sabendo que as circunstância não era das melhores, me senti que era ali, que eu deveria estar, e tive a sensação de que meu sucesso dependeria de meu bom senso, aquele que eu não tive há 10 anos atrás. Pensei em como seria se eu não tivesse ido, pensei na possibilidade de estarmos juntos, talvez casados e talvez com filhos, e assim fiquei ali tentando imaginar como teria sido.
Voltei já estava quase escuro, passei na padaria, e peguei uma pizza, o legal é que aqui no Brasil têm dessas coisas, padarias que tem de tudo, até pizzas, voltei sentei no sofá, com uma cerveja a caixa de pizza, afinal o habito de se comer pizza com as mãos, adquirido nos Estados Unidos seria difícil de deixar a não ser que a ocasião pedisse, pensei na Lice o que ela estaria fazendo em Salvador, pensei se ela estaria com alguém, mas me lembrei da informação do meu ‘’ajudante’’ que ela não estava em nenhum compromisso, comi quase uma pizza inteira, me levantei, organizei tudo, não queria deixar o apartamento dela com cara de apartamento de homem solteiro, como o meu, ia me esforçar para ser mais organizado.
Tomei um banho, na volta para a sala mais uma analise na caixa de e-mails, mas não havia nada, e então me lembrei de que ela disse que os telefones importantes, inclusive do lugar onde estaria hospedada em Salvador estaria pregado ao lado da geladeira, fui la  peguei, e nem pensei, somente liguei, e confesso ficar frustrado quando a recepcionista disse que ela não se encontrava no hotel, deixei recado, e torci pela sorte, e ela veio.
Quase uma hora depois, o telefone tocou, era ela, eu sabia que era, eu fiquei tão feliz ao ouvir aquela voz, que se pudesse dançar e pular de alegria teria feito naquele momento, mas tudo que fiz foi manter a calma, eu não queria assusta-la.
A conversa foi melhor do que eu esperava, porém eu não sabia o que esperar sobre os sentimentos dela, eu sabia o que sentia, mesmo longe, eu nunca me permiti esquecê-la, eu tentei confesso, mas não consegui, mas e ela, eu me perguntava?
Nas conversas com meu ajudante, nunca ficou claro sobre isso, porque sempre me foi dito de que como já sabia a Lice é uma pessoa muito discreta e ela colocou sua energia em fazer sua vida, o nosso relacionamento ficou trancado, e era um assunto proibido.
Mas agora eu sabia que era só esperar, esses sete dias, e ver onde isso tudo ia acabar, e definitivamente eu conseguiria seguir em frente de uma forma geral.
Enquanto isso ia usar esse tempo aqui, para arrumar um 
apartamento e sondar as possibilidades de emprego, ou negócios.

PARTE V

A semana passou, voando, aproveitamos tudo o que Salvador podia nos oferecer, da melhor forma, fizemos todos os passeios possíveis, conhecemos as praias, o pelourinho, comemos  muito acarajé, mais uma coisa era fato, era verdade, não houve um só dia em que eu não pensei no Lê.
Pela manhã antes de darmos um pulinho na praia mais próxima do hotel para aproveitarmos as ultimas horinhas em Salvador, abri meu notebook e reli o e-mail:
‘’Lice, olha que legal hoje já é quinta-feira, o que significa que amanha neste mesmo horário em que lhe escrevo você estará chegando aqui, pensei em lhe buscar no aeroporto, mas desisti porque eu não sei até onde isso ia soar como invasão da sua privacidade, mas confesso que estou muito ansioso, para o dia de amanhã, para te ver de novo, agora sem o choque da minha chegada de surpresa, sabendo que estou aqui te esperando.
Ficar aqui na sua casa, me aproximou de você, tudo aqui tem seu cheiro....e que cheiro bom!
Estou feito barata tonta, não sei como fazer, como agir, me ajude a não te assustar, me diga o que esperar,o que fazer, eu só quero te encontrar, te ver, falar com você.
Beijo
Lê’’
Respondi:
‘’Lê, realmente chegou a hora de dar tchau, aqui é tudo lindo e gostoso, nossa muito estranho tudo isso, nem sei o que lhe escrever, e muito menos o que dizer claro que já não tem mais o fator surpresa, mas ainda assim tudo isso é muito novo e confuso.
Olha não precisa se preocupar com nada, e nem me buscar no aeroporto a Ju deixou o carro dela no estacionamento de lá, e ela vai me dar uma carona até em casa.
Quando eu chegar a gente decide, conforme o animo o que vamos fazer.
Até mais tarde
Lice’’
Desliguei, dei uma adiantada na mala, enquanto a Ju se arrumava para a praia, quando saiu do banheiro ela perguntou:
-E ai, respondeu ao e-mail?
-Sim acabei de fazer isso, de certa forma sinto um alivio porque eu sei que logo mais, muitas coisas vão ficar esclarecidas, estou com medo e feliz ao mesmo tempo, pois me sinto como com dezessete anos de novo!
-Ai ‘’miga’’, estou tão feliz por você, você vai ver, vai tudo dar certo, tudo vai sair bem, você é incrível, e acho que resolver esses por menores, vai ajudar você a virar uma pagina na sua vida. E qualquer coisa, caso você desista da conversa, ainda pode ir ficar la em casa escondida!
-Você é engraçada Ju, mas não obrigada, já que temos de resolver, vamos resolver certo?
-Certo! “borá pra praia’’
-‘’Bora”!
Deitei na minha canga e la tostei de um lado a outro, tomei sol por duas horas, amo o sol, mas era chegado o momento de nos arrumar e voltar para casa, e para a resolução do meu passado agora mais que presente na minha casa.

NA VISÃO DO ALESSANDRO PARTE III.

No decorrer da semana, fui adiantar minhas coisas, achei um apartamento disponível, e vocês não vão acreditar quando eu disser que é no mesmo prédio da Lice, sorte ou não?
Como saber?
Fiz uns contatos, verifiquei umas franquias, enviei uns currículos, mas tudo isso não foi empecilho para não pensar na Lice, pelo contrario, tudo que fui fazendo, me perguntava até que ponto daria certo.
O apartamento já estava certo, poderia me mudar em quinze dias, ele precisava de umas coisas, mas isso eu iria resolver quando eu me mudasse conforme minhas necessidades.
Quando chegou quinta-feira pensei: ‘’faltam apenas algumas horas para o encontro’’, o qual eu confesso ter pensado muito nos últimos anos da minha vida, não havia mais a surpresa, mas havia ainda as incertezas, enviei um e-mail, para que ela pudesse me dizer o que esperava, eu não queria decepciona-la, eu só queria falar, e dessa vez falar algo que eu preferia acreditar que era o que ela queria ouvir.
Mas ela não me respondeu na quinta, porém a resposta veio na sexta logo pela manhã, me senti feliz no momento em que li, não tinha nada demais, mas me senti feliz, e decidi, em cima da resposta dela, que eu iria surpreendê-la com um jantar feito por mim, e para isso, eu precisaria ir às compras.
Mais tarde, voltei com os ingredientes, uma vaso de orquídeas, um vinho e claro, velas, tentei deixar o apartamento dela intacto, mexendo o mínimo possível em como ela havia deixado.
Passei aspirador, arrumei tudo, fui pra cozinha e comecei a adiantar o jantar.
Algumas horas depois, a carne quase assada já cheirava, e a massa estava pronta bastava aquecer e colocar o molho arrumei a mesa, e fui me arrumar, tomei banho me perfumei, agora era só esperar, estava meio estranho eu esperando a dona da casa, na casa dela, mas a nossa situação não tinha nada de normal, não teve no fim e não tinha agora.

....continua......

bjucas SoOonhadoras....esta estoria esta ficando maior que eu pensei, mas é que não para de brotar na minha cabeça, queria um fim rápido, mas não estou conseguindo achar....

Obrigada por me acompanharem!