sexta-feira, 26 de junho de 2015

Loucuras da Vida (PARTE IV)

Chegando no hotel em Salvador liguei para meus pais, a Jana atendeu, mãe e pai tinham ido ao mercado, deixei recado, que havia chego bem e me limitei somente a isso até que a Jana perguntou:
-E ai gatinha, me fala como é o tal Jack?
Eu já havia me esquecido desse detalhe:
-Nada demais, uma cara normal!
-Você não pode estar falando sério Lice! Acho os americanos uns gatos!
-Jana você já tem o Marco não deveria estar tão empolgada assim- tentei parecer o mais natural possível – além do mais, não coloquei muita atenção, o recebi, expliquei o que tinha que explicar, porque se não eu ia me atrasar.
-Aaaaa – foi o som desanimado que ouvi – então ta né, bom descanso,eu digo pros ‘’papis’’ que você ligou, vai mantendo contato ta.
- Ta! Beijo!
Desliguei só ai me dei conta de que o Lê estava la na minha casa, vendo minhas coisas, mas automaticamente já afastei o pensamento e assim que a Julia saiu do banheiro chamei ela para que fossemos dar uma volta achar uma sorveteria, porque o calor baiano estava insuportável.
Conversando com a Julia enquanto tomávamos sorvete, eu disse a ela que havia decidido, que mais tarde naquele dia ia mandar um e-mail para o Lê, dizer que eu merecia uma explicação, era o mínimo, pedir desculpas por não ter recebido ele tão bem como teria recebido um Jack estranho, desejar a ele boa estadia, mas que esperaria não mais vê-lo, ao voltar.
Julia como sempre, não disse nada só me ouviu, ela só dá palpite se peço se não, ela é simplesmente  boa ouvinte.
Passeamos pela orla da praia, voltamos tomamos banho, e achamos um quiosque com musica ao vivo, estava perfeito para um lanche, curtindo a brisa do mar, ao voltarmos havia dois recados na recepção, um era da mãe de Julia, o outro era do Alessandro para mim, fiquei incrédula, e depois me dei conta de que eu mesmo havia deixado o telefone do hotel caso, houvesse alguma emergência.
Subindo no elevador eu disse para Julia:
-Olha amiga, pelo visto se eu não resolver essa pendência hoje, eu não terei férias, e ai nem você.
-Lice, eu também acho, quer minha opinião?
-Claro!
-Eu acho que você tem que resolver isso sim, mas não daqui, de Salvador, por e-mail ou telefone, eu acho que esta mais que na hora de colocar os pingos nos is, mas, pessoalmente  com uma conversa ‘’cara a cara’’ você e o Lê, porque não aproveita a volta para marcar algo com ele e esclarecer tudo?
-Eu pensei sobre isso e acho que você tem razão daqui eu não vou conseguir resolver nada. Eu vou ligar pra ele agora e propor uma conversa pra volta, assim não vou ficar mais pensando nisso ate a próxima sexta quando voltarmos certo?
-Certo!
Sentei na cama, peguei o telefone, disquei o numero da minha casa.
-Oi
-Oi sou eu!
-Imaginei que seria você! Ou alguém procurando por você!
-Você me ligou...
-Sim queria saber se você havia chego bem, como você esta?
-Estou bem, meio confusa, precisamos conversar, mas não acho que por e-mail ou telefone seria melhor.
-Eu também acho.
-Poderíamos marcar para quando eu voltar na próxima sexta, isso é se você ainda estiver por ai.
-Claro, sem problemas, para mim esta ótimo, na verdade, perfeito.
-Ok, eu volto...
-Eu sei que você volta no voo das 17 horas, eu quero saber se posso te esperar aqui?
Pensei sobre aquilo, o que eu poderia responder?
-Olha você quem sabe! Mando-te um e-mail para confirmar.
-Ok....-suspiro- Lice eu queria agradecer todo o carinho e mimos que deixou aqui para me recepcionar, mesmo sabendo que era para um estranho, isso me deixou ainda mais tranquilo porque pude ver que aquela moça de dez anos atrás ainda existe!
-Ok não foi nada, talvez tivesse feito a mesma coisa mesmo sabendo que seria para você, aproveite a estadia!
Percebi que um sorriso brotou em meus lábios, e me senti leve, feliz.
-Ok ,quero que você aproveite as férias, mas estou louco para estes sete dias passar o quanto antes!
-Ta! – foi tudo que consegui dizer
-Ta! – ele respondeu sem jeito
Desliguei, encostei-me à cabeceira olhei para Julia que estava me fitando atenta.
-E ai como foi?
-Foi isso que você ouviu, ele disse que também acha melhor  conversarmos pessoalmente, me agradeceu pelos mimos que deixei, e disse que quer que esses sete dias passe rápido.
-E você quer que passe rápido?
-Ju eu confesso que eu nem sei mais o que sinto por ele, estou mexida sim, como não ficar, eu só amei esse cara na minha vida, e depois de tanto tempo eu não sei definir o que sinto, estou emocionada sim, confesso que até queria estar la com ele, e sentir aquele cheiro, mas não sei se é amor.
-Bem isso é normal, mas agora podemos dormir, temos seis dias de muito sol e praia para aproveitar e eu não quero nenhum Lê atrapalhando nossos passeios.
-Ta legal- respondi levantando, indo para o banheiro escovar os dentes e trocar de roupa enquanto isso pensava em como ele estava em casa.

NA VISÃO DO ALESSANDRO PARTE II

Não havia nenhum e-mail, nenhum importante realmente, tomei a cerveja, desci fui dar uma volta pelo bairro parei no parque, sentei vi as pessoas irem e voltarem, estava feliz por estar de volta, estava feliz por estar na casa da Lice mesmo sabendo que as circunstância não era das melhores, me senti que era ali, que eu deveria estar, e tive a sensação de que meu sucesso dependeria de meu bom senso, aquele que eu não tive há 10 anos atrás. Pensei em como seria se eu não tivesse ido, pensei na possibilidade de estarmos juntos, talvez casados e talvez com filhos, e assim fiquei ali tentando imaginar como teria sido.
Voltei já estava quase escuro, passei na padaria, e peguei uma pizza, o legal é que aqui no Brasil têm dessas coisas, padarias que tem de tudo, até pizzas, voltei sentei no sofá, com uma cerveja a caixa de pizza, afinal o habito de se comer pizza com as mãos, adquirido nos Estados Unidos seria difícil de deixar a não ser que a ocasião pedisse, pensei na Lice o que ela estaria fazendo em Salvador, pensei se ela estaria com alguém, mas me lembrei da informação do meu ‘’ajudante’’ que ela não estava em nenhum compromisso, comi quase uma pizza inteira, me levantei, organizei tudo, não queria deixar o apartamento dela com cara de apartamento de homem solteiro, como o meu, ia me esforçar para ser mais organizado.
Tomei um banho, na volta para a sala mais uma analise na caixa de e-mails, mas não havia nada, e então me lembrei de que ela disse que os telefones importantes, inclusive do lugar onde estaria hospedada em Salvador estaria pregado ao lado da geladeira, fui la  peguei, e nem pensei, somente liguei, e confesso ficar frustrado quando a recepcionista disse que ela não se encontrava no hotel, deixei recado, e torci pela sorte, e ela veio.
Quase uma hora depois, o telefone tocou, era ela, eu sabia que era, eu fiquei tão feliz ao ouvir aquela voz, que se pudesse dançar e pular de alegria teria feito naquele momento, mas tudo que fiz foi manter a calma, eu não queria assusta-la.
A conversa foi melhor do que eu esperava, porém eu não sabia o que esperar sobre os sentimentos dela, eu sabia o que sentia, mesmo longe, eu nunca me permiti esquecê-la, eu tentei confesso, mas não consegui, mas e ela, eu me perguntava?
Nas conversas com meu ajudante, nunca ficou claro sobre isso, porque sempre me foi dito de que como já sabia a Lice é uma pessoa muito discreta e ela colocou sua energia em fazer sua vida, o nosso relacionamento ficou trancado, e era um assunto proibido.
Mas agora eu sabia que era só esperar, esses sete dias, e ver onde isso tudo ia acabar, e definitivamente eu conseguiria seguir em frente de uma forma geral.
Enquanto isso ia usar esse tempo aqui, para arrumar um 
apartamento e sondar as possibilidades de emprego, ou negócios.

PARTE V

A semana passou, voando, aproveitamos tudo o que Salvador podia nos oferecer, da melhor forma, fizemos todos os passeios possíveis, conhecemos as praias, o pelourinho, comemos  muito acarajé, mais uma coisa era fato, era verdade, não houve um só dia em que eu não pensei no Lê.
Pela manhã antes de darmos um pulinho na praia mais próxima do hotel para aproveitarmos as ultimas horinhas em Salvador, abri meu notebook e reli o e-mail:
‘’Lice, olha que legal hoje já é quinta-feira, o que significa que amanha neste mesmo horário em que lhe escrevo você estará chegando aqui, pensei em lhe buscar no aeroporto, mas desisti porque eu não sei até onde isso ia soar como invasão da sua privacidade, mas confesso que estou muito ansioso, para o dia de amanhã, para te ver de novo, agora sem o choque da minha chegada de surpresa, sabendo que estou aqui te esperando.
Ficar aqui na sua casa, me aproximou de você, tudo aqui tem seu cheiro....e que cheiro bom!
Estou feito barata tonta, não sei como fazer, como agir, me ajude a não te assustar, me diga o que esperar,o que fazer, eu só quero te encontrar, te ver, falar com você.
Beijo
Lê’’
Respondi:
‘’Lê, realmente chegou a hora de dar tchau, aqui é tudo lindo e gostoso, nossa muito estranho tudo isso, nem sei o que lhe escrever, e muito menos o que dizer claro que já não tem mais o fator surpresa, mas ainda assim tudo isso é muito novo e confuso.
Olha não precisa se preocupar com nada, e nem me buscar no aeroporto a Ju deixou o carro dela no estacionamento de lá, e ela vai me dar uma carona até em casa.
Quando eu chegar a gente decide, conforme o animo o que vamos fazer.
Até mais tarde
Lice’’
Desliguei, dei uma adiantada na mala, enquanto a Ju se arrumava para a praia, quando saiu do banheiro ela perguntou:
-E ai, respondeu ao e-mail?
-Sim acabei de fazer isso, de certa forma sinto um alivio porque eu sei que logo mais, muitas coisas vão ficar esclarecidas, estou com medo e feliz ao mesmo tempo, pois me sinto como com dezessete anos de novo!
-Ai ‘’miga’’, estou tão feliz por você, você vai ver, vai tudo dar certo, tudo vai sair bem, você é incrível, e acho que resolver esses por menores, vai ajudar você a virar uma pagina na sua vida. E qualquer coisa, caso você desista da conversa, ainda pode ir ficar la em casa escondida!
-Você é engraçada Ju, mas não obrigada, já que temos de resolver, vamos resolver certo?
-Certo! “borá pra praia’’
-‘’Bora”!
Deitei na minha canga e la tostei de um lado a outro, tomei sol por duas horas, amo o sol, mas era chegado o momento de nos arrumar e voltar para casa, e para a resolução do meu passado agora mais que presente na minha casa.

NA VISÃO DO ALESSANDRO PARTE III.

No decorrer da semana, fui adiantar minhas coisas, achei um apartamento disponível, e vocês não vão acreditar quando eu disser que é no mesmo prédio da Lice, sorte ou não?
Como saber?
Fiz uns contatos, verifiquei umas franquias, enviei uns currículos, mas tudo isso não foi empecilho para não pensar na Lice, pelo contrario, tudo que fui fazendo, me perguntava até que ponto daria certo.
O apartamento já estava certo, poderia me mudar em quinze dias, ele precisava de umas coisas, mas isso eu iria resolver quando eu me mudasse conforme minhas necessidades.
Quando chegou quinta-feira pensei: ‘’faltam apenas algumas horas para o encontro’’, o qual eu confesso ter pensado muito nos últimos anos da minha vida, não havia mais a surpresa, mas havia ainda as incertezas, enviei um e-mail, para que ela pudesse me dizer o que esperava, eu não queria decepciona-la, eu só queria falar, e dessa vez falar algo que eu preferia acreditar que era o que ela queria ouvir.
Mas ela não me respondeu na quinta, porém a resposta veio na sexta logo pela manhã, me senti feliz no momento em que li, não tinha nada demais, mas me senti feliz, e decidi, em cima da resposta dela, que eu iria surpreendê-la com um jantar feito por mim, e para isso, eu precisaria ir às compras.
Mais tarde, voltei com os ingredientes, uma vaso de orquídeas, um vinho e claro, velas, tentei deixar o apartamento dela intacto, mexendo o mínimo possível em como ela havia deixado.
Passei aspirador, arrumei tudo, fui pra cozinha e comecei a adiantar o jantar.
Algumas horas depois, a carne quase assada já cheirava, e a massa estava pronta bastava aquecer e colocar o molho arrumei a mesa, e fui me arrumar, tomei banho me perfumei, agora era só esperar, estava meio estranho eu esperando a dona da casa, na casa dela, mas a nossa situação não tinha nada de normal, não teve no fim e não tinha agora.

....continua......

bjucas SoOonhadoras....esta estoria esta ficando maior que eu pensei, mas é que não para de brotar na minha cabeça, queria um fim rápido, mas não estou conseguindo achar....

2 comentários:

  1. Quando se gosta da arte de bem contar...é assim!!!
    Nunca nos cansamos e a nossa mente não pára!!! Bj

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  2. Querida Marilda!

    A Lice que bote, levante as mãos ao céu, pke caras desses e com esse comportamento, não aparecessem todos os anos. Eu escrevi anos, com convicção.
    A história está ficando extensa, mas mega interessante.

    Beijocas e boa semana.

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